CÂMARA SEDIARÁ EXPOSIÇÃOL HISTORICA
A Câmara de Vigia vai sediar, a partir do dia 11 deste mês de agosto, a exposição “Vigia – 1823/1835. Da Independência à Cabanagem”.
O evento vai comemorar os 200 anos da adesão da então Vila de Nazaré da Vigia à Independência do Brasil, e os 188 anos da Cabanagem.
É um projeto idealizado pelo jornalista Nélio Palheta e executado por Wilkler Almeida, que criou a apresentação museográfica.
A montagem tem o apoio da Câmara e da Prefeitura, no âmbito da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Há vários argumentos para fazer desse projeto um acontecimento com a pegada do “turismo cultural”. E responde aos conceitos de preservação do patrimônio histórico. Vigia tem uma lei (134) com esse objetivo, aprovada pela Câmara em 2012.
A Adesão da Vigia à Independência, ocorrida no dia 31 de agosto, fez parte de um plano político, comandado por Belém, de fidelidade a Pedro I. O evento da Vigia ficou documentado num “Resumo” – documento preservado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Pará, cuja reprodução será mostrada na exposição.
A ocupação da vila pelos cabanos, em 23 de julho de 1835, culminou com a tomada do Trem de Guerra, onde as autoridades foram mortas. Essa história foi . detalhadamente descrita em Motins Políticos, a obra de Domingos Antônio Raiol, que tinha apenas cinco anos quando o pai dele, Pedro Raiol, vereador, foi morto.
A exposição exibirá vários recortes da narrativa sobre a Cabanagem, extraídos desse livro. “É uma tentativa de dar sustentabilidade à crônica popular sobre a Cabanagem na Vigia, cuja leitura pode ser ampliada no livro do Barão”.
Um dos objetos a serem visto na exposição é a coleção da primeira edição (ainda que incompleta) de “Motins Políticos”, que pertenceu ao ex-governador Justo Chermont (primeiro governador republicano do Pará), e que foi cedida pelo atual proprietário, o jornalista Lúcio Flávio Pinto. Infelizmente, a coleção que pertenceu à Biblioteca da Sociedade Cinco de Agosto, foi surrupiada.
A exposição poderá ser vista até dia 30 de setembro. Além de farto material historiográfico, imagens e objetos, os visitantes conhecerão a reprodução de onze documentos sobre a revolta cabana na Vigia, cedidos pelo Arquivo Publico do Estado, que apoia o projeto. É importante registrar que a Câmara de Vereadores da Vigia ocupa o lugar simbólico do Trem de Guerra.
Se você mora na Vigia, valerá a pena uma visita. E quem é de fora, a visita vale como turismo cultural – diferente e relevante para quem se interessa pela história do nosso Estado; o visitante poderá conferir de perto o rico conteúdo museográfico sobre dois dos mais importantes acontecimentos políticos do interior do Grão-Pará, no século XIX.

